
Checklist para implementar um programa de bem-estar mental na sua empresa
Descubra a importância do programa de bem-estar mental na empresa, suas principais soluções e como implementar essa estratégia!
Recursos Humanos
17 minutos de leitura
Por Julia Silva
Última atualização em 14 de abril de 2025
O modelo de trabalho híbrido surgiu como uma das principais respostas às mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19 e transformou radicalmente a forma como empresas e colaboradores encaram suas rotinas profissionais.
Desde então, as organizações têm buscado equilibrar flexibilidade, produtividade e manutenção da cultura organizacional, enquanto navegam por desafios operacionais e estratégicos. No entanto, o modelo híbrido não é uma solução universal. Enquanto algumas empresas o adotaram como padrão e colhem benefícios tangíveis, outras preferiram retornar ao trabalho 100% presencial para reforçar a colaboração e a cultura interna.
Há também aquelas que permaneceram totalmente remotas, aproveitando vantagens como a ampliação do pool de talentos e a redução de custos com infraestrutura física.
E aí: o modelo híbrido é o que reúne “o melhor dos dois mundos”? O que considerar ao avaliar o formato? Quais são as principais vantagens e desvantagens? É isso o que traremos ao longo do conteúdo, de forma embasada e prática. Confira!
O trabalho híbrido é um modelo que combina elementos do trabalho remoto com o presencial e busca oferecer maior flexibilidade e adaptabilidade às demandas das empresas e de seus colaboradores.
Mais do que apenas decidir entre estar no escritório ou trabalhar de casa, o formato híbrido pode envolver também flexibilidade de horários, adaptação às demandas de cada equipe e alinhamento com os objetivos estratégicos da organização.
Na prática, não existe um único formato ideal de trabalho híbrido. Algumas empresas preferem definir dias fixos para presença no escritório, enquanto outras permitem que equipes ou indivíduos escolham suas próprias rotinas.
Essa flexibilidade, quando bem estruturada, pode otimizar tanto a produtividade quanto o bem-estar dos colaboradores.
Entretanto, implementar um modelo híbrido vai além de oferecer autonomia geográfica ou de horários. É preciso garantir que as ferramentas, processos e políticas estejam alinhados para sustentar a eficiência e a integração entre equipes remotas e presenciais.
Segundo a McKinsey, entre 20% e 25% da força de trabalho em economias avançadas poderia operar remotamente de três a cinco dias por semana. Esse número representa um aumento significativo — de quatro a cinco vezes mais trabalho remoto do que no período pré-pandemia.
Uma pesquisa da Gartner mostra que organizações nas quais os colaboradores trabalham 40 horas por semana no escritório, somente 36% mantinham alto desempenho.
Ao adotarem o modelo flexível, em que os colaboradores decidiam onde, quando e quanto trabalhar, 55% passaram a ter alto desempenho.
Partindo dessa reflexão, podemos listar alguns dos principais benefícios do modelo de trabalho híbrido, como:
A redução de custos também é uma consequência, já que a necessidade de ter espaço físico coletivo que acomode toda a empresa ao mesmo tempo diminui. Isso aumenta, por exemplo, a possibilidade de realocar o escritório para regiões mais acessíveis ou áreas menores.
Outro benefício é a inclusão e diversidade, pois o trabalho híbrido facilita a contratação de profissionais em diferentes localizações geográficas, permite a inclusão de pessoas com deficiência (PCD), que enfrenta barreiras para o trabalho presencial.
O modelo híbrido também é interessante no contexto da agenda ESG, ao aproximar a empresa das metas de sustentabilidade ao reduzir emissões de carbono resultantes dos deslocamentos.
Além dos benefícios listados, uma pesquisa do International Workplace Group revelou que 9 em cada 10 CEOs adotaram o trabalho híbrido, ou seja, 91% consideram esta opção o melhor dos dois mundos, pois três quartos disseram que isto levou a uma melhoria na produtividade e na retenção de pessoas.
Embora o modelo híbrido ofereça flexibilidade e atenda às demandas de muitos colaboradores e empresas, ele também apresenta desafios que não podem ser ignorados.
Esses obstáculos variam conforme o setor, a estrutura organizacional e o perfil das equipes envolvidas.
Para os colaboradores, a alternância entre casa e escritório pode gerar uma sensação de instabilidade na rotina. Um dia eles estão em casa, concentrados e confortáveis; no outro, enfrentam trânsito, barulho no escritório e um ambiente menos controlado.
Essa adaptação constante pode levar a um sentimento de nunca estar totalmente acomodado nos espaços, o que resulta em estresse e perda de foco.
A exaustão emocional também é uma preocupação crescente. Um estudo da Tinypulse revelou que 72% dos trabalhadores relataram exaustão no trabalho híbrido, quase o dobro daqueles que atuam exclusivamente no modelo remoto e mais do que os que estão em regime totalmente presencial.
Outro desafio significativo é a comunicação fragmentada. A dispersão das equipes pode dificultar o alinhamento de informações, atrasar decisões importantes e criar lacunas na construção de uma cultura organizacional forte.
Quando nem todos os colaboradores têm acesso às mesmas informações simultaneamente, os riscos de mal-entendidos e desalinhamentos aumentam.
O isolamento de colaboradores remotos e o presenteísmo digital também são pontos de atenção.
Em cenários em que há falta de confiança entre lideranças e equipes, colaboradores podem sentir a necessidade de estarem constantemente online, respondendo mensagens e provando produtividade — mesmo fora do horário de trabalho. Esse comportamento, a longo prazo, pode levar à sobrecarga cognitiva e ao esgotamento mental.
Por fim, a gestão de equipes híbridas exige habilidades específicas dos líderes. A performance remota precisa ser acompanhada de perto, as políticas de inclusão devem garantir que todos tenham os mesmos recursos e o alinhamento de expectativas precisa ser transparente e recorrente.
Esses desafios, embora complexos, podem ser mitigados com treinamento adequado, ferramentas tecnológicas que facilitem a integração e uma abordagem estratégica voltada para a confiança mútua e o diálogo aberto entre todas as partes envolvidas.
Para que o modelo híbrido funcione de forma eficiente, é fundamental equilibrar as vantagens oferecidas com soluções práticas para os desafios que ele apresenta.
Abaixo, listamos algumas etapas essenciais para implementar ou otimizar esse formato:
Nesse contexto, o apoio da liderança e uma abordagem adaptativa são fundamentais. O sucesso do modelo híbrido depende de ajustes contínuos, diálogo aberto e disposição para experimentar diferentes formatos até encontrar o equilíbrio ideal.
Um caso interessante é o da Trip.com, uma das maiores agências de viagens online do mundo, com cerca de 40 mil colaboradores. A empresa realizou um teste A/B para avaliar o impacto do modelo híbrido.
Durante seis meses, 1.600 funcionários foram divididos em dois grupos: um trabalhando cinco dias presenciais no escritório e outro seguindo um modelo híbrido.
Os resultados mostraram que a produtividade e o desempenho foram semelhantes nos dois grupos.
Porém, o modelo híbrido apresentou uma redução significativa na rotatividade de funcionários, especialmente entre mulheres e colaboradores com longos deslocamentos diários. Essa queda no turnover gerou uma economia de milhões de dólares para a empresa.
Outro aprendizado importante da Trip.com foi a necessidade de uma gestão estruturada de desempenho. A empresa adotou um rigoroso sistema de avaliação semestral, que inclui feedback 360º de funcionários, subordinados e gestores.
O desempenho passou a ser medido com base em resultados tangíveis, e não apenas pela presença física no escritório.
Esse exemplo destaca um ponto essencial: a personalização do modelo híbrido. Não existe uma solução única para todas as empresas. É preciso entender as demandas específicas de cada organização.
Avaliar a efetividade do modelo híbrido vai muito além de observar se as entregas estão em dia. Para entender se esse formato funciona de verdade, é preciso olhar para indicadores estratégicos que revelem o impacto tanto nos resultados da empresa quanto no bem-estar dos colaboradores.
Veja os principais:
O verdadeiro poder está na combinação de dados quantitativos e qualitativos, porque nem tudo pode ser capturado por números. Ouvir os colaboradores é essencial para entender como eles realmente se sentem no modelo híbrido.
Sessões de feedback estruturadas e pesquisas anônimas ajudam a entender os desafios invisíveis nos dados quantitativos, como dificuldades de comunicação, sensação de isolamento ou sobrecarga de trabalho.
Embora o modelo híbrido tenha se tornado uma alternativa popular em muitas organizações, ele não é uma solução universal — e há vozes influentes que questionam sua eficácia.
Nomes como Elon Musk, CEO da Tesla, SpaceX e X (antigo Twitter), e Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, expressaram abertamente suas reservas.
Segundo eles, os custos ocultos do trabalho híbrido podem superar seus benefícios. Musk e Dimon argumentam que a inovação, a mentoria e a construção de cultura organizacional sofrem quando os colaboradores não compartilham o mesmo espaço físico com regularidade.
A interação presencial, segundo essa visão, facilita trocas informais, o aprendizado prático e a criação de vínculos mais sólidos entre equipes.
Outro ponto de atenção é a diferença geracional na percepção do trabalho híbrido. Enquanto profissionais mais jovens, já familiarizados com ferramentas digitais e comunicação remota, tendem a valorizar mais a flexibilidade, gerações anteriores frequentemente associam a presença física no escritório a oportunidades de crescimento e visibilidade profissional.
Além disso, há desafios operacionais importantes: manter a coesão entre times híbridos, garantir alinhamento estratégico e evitar que parte da equipe se sinta desfavorecida por estar presencialmente menos envolvida.
Esse cenário reforça que, embora o modelo híbrido ofereça vantagens claras, ele não pode ser implementado de forma genérica. Empresas que optam por esse formato precisam de políticas claras, de treinamentos adequados e das ferramentas certas.
No fim das contas, o sucesso do modelo híbrido não está garantido apenas pela sua adoção, mas pela capacidade de cada organização de adaptá-lo às suas realidades específicas, o que garante que inovação, cultura e produtividade não sejam comprometidas.
Para garantir a eficácia e relevância do trabalho híbrido no longo prazo, será essencial acompanhar e incorporar tendências tecnológicas, culturais e econômicas que impactam diretamente a dinâmica do trabalho.
Tecnologias colaborativas avançadas — como ferramentas de inteligência artificial, plataformas de coworking virtual e softwares que simulam interações presenciais — ajudam a fomentar a integração, otimizar fluxos de trabalho e diminuir a sensação de isolamento entre colaboradores distribuídos geograficamente.
Uma coisa é certa: empresas que abraçam a transformação digital para melhorar a comunicação, simplificar processos e estimular a criatividade estarão mais preparadas para colher os benefícios desse modelo.
Mas tecnologia, por si só, não garante sucesso: é necessário combinar ferramentas com políticas claras e uma cultura organizacional que valorize a transparência e a colaboração.
Além da tecnologia, a gestão do modelo híbrido exigirá uma análise constante por parte do RH, que pode levar a decisões importantes, como:
No fim das contas, o sucesso do modelo híbrido no futuro dependerá da capacidade das empresas de equilibrar inovação tecnológica, bem-estar dos colaboradores e resultados estratégicos para o negócio.
O modelo híbrido não é uma solução universal, mas uma decisão estratégica que exige análise, planejamento e adaptação contínua.
Antes de adotar ou otimizar esse modelo, é essencial que o RH e a alta liderança tenham clareza sobre os objetivos organizacionais e os impactos esperados.
A chave está em equilibrar flexibilidade e responsabilidade, apoio aos líderes com treinamentos adequados, investimento em ferramentas tecnológicas adequadas e construção de uma cultura organizacional baseada na confiança e na transparência.
Empresas que conseguem alinhar bem-estar, produtividade e inovação em seus modelos de trabalho estarão mais preparadas para atrair e reter talentos em um mercado cada vez mais competitivo.
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