
Riscos psicossociais no trabalho: exemplos, causas e como prevenir
Saiba o que são os riscos psicossociais, como identificá-los e o que fazer para criar um ambiente de trabalho saudável.
Recursos Humanos
15 minutos de leitura
Por Julia Silva
Última atualização em 3 de julho de 2025
Você já sabe que saúde mental é pauta constante nas empresas. Ainda assim, os afastamentos aumentam, a produtividade oscila e o clima se fragiliza. O que está passando despercebido? A resposta pode estar nos riscos psicossociais no trabalho, fatores que impactam diretamente a experiência emocional das pessoas.
Para o RH, isso representa um chamado à ação. Ambientes sob pressão constante, ausência de reconhecimento, sobrecarga ou insegurança emocional não impactam só o bem-estar, mas também geram afastamentos, queda de produtividade, presenteísmo e rotatividade acima da média.
A boa notícia é que é possível agir antes que esses riscos se transformem em crise. Neste conteúdo, reunimos os principais sinais, causas e caminhos práticos para o RH atuar com profundidade e estratégia, com base na nova NR-1 e nas exigências que ela traz para a cultura organizacional. Saiba mais!
Riscos psicossociais são fatores do ambiente corporativo que comprometem o equilíbrio emocional e o bem-estar psicológico dos colaboradores. Estão ligados à forma como o trabalho é estruturado, ao clima organizacional, ao nível de exigência diária e à qualidade das interações no time e com a liderança.
Quando esses fatores estão desequilibrados, por sobrecarga, ausência de autonomia, clima tóxico ou falta de reconhecimento, o bem-estar das pessoas é comprometido.
O reflexo disso aparece no dia a dia: queda de produtividade, absenteísmo, presenteísmo e desengajamento crescente.
A nova NR-1 deixa claro que esses riscos não são subjetivos ou secundários. Eles fazem parte da gestão de saúde e segurança no trabalho e precisam ser tratados com o mesmo nível de atenção que riscos físicos ou ergonômicos.
Os riscos psicossociais podem assumir diversas formas no ambiente de trabalho. Listamos aqui os mais recorrentes:
Não é preciso que todos esses fatores estejam presentes para existir o alerta. Basta um desequilíbrio em um único ponto para afetar a saúde emocional de quem está ali todos os dias. Se algum item da lista pareceu familiar, talvez seja hora de olhar com mais atenção para o ambiente da sua empresa.
Conviver com riscos ocupacionais sem buscar formas de preveni-los ou reduzi-los é arriscado e caro. Fatores psicossociais que tornam o ambiente de trabalho desestruturado impactam o desempenho das pessoas e a sustentabilidade do negócio.
Entre os principais efeitos que os riscos psicossociais podem gerar, estão os seguintes:
Fica claro que os impactos negativos dos fatores psicossociais atingem tanto os colaboradores quanto a empresa. Essa realidade acendeu um alerta. Segundo a Fiocruz (instituição brasileira de ciência, tecnologia e inovação em saúde), o Brasil é o segundo país com maior número de casos de burnout no mundo.
Quando os riscos psicossociais se tornam parte da rotina, o impacto na cultura organizacional é inevitável. A confiança enfraquece, a comunicação se torna reativa e o senso de pertencimento fica cada vez mais distante.
Além disso, os custos silenciosos se acumulam: mais afastamentos por licenças médicas, dificuldade para reter talentos e a necessidade constante de substituir profissionais que saem por esgotamento. O que parece pontual vira padrão e a empresa paga por isso com orçamento, clima e reputação.
A nova diretriz exige que as empresas deixem de tratar estresse, burnout e assédio apenas como questões comportamentais e passem a tratá-los como riscos ocupacionais que precisam ser diagnosticados, registrados e prevenidos.
Esses fatores devem ser incorporados ao Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) com base em avaliações concretas, o que implica o uso de metodologias de diagnóstico, revisão de práticas de gestão e capacitação de lideranças.
Para o RH, isso significa atuar como ponte entre cultura organizacional e conformidade legal, o que garante que políticas de saúde mental, escuta ativa e benefícios estruturados estejam alinhados às exigências da norma.
Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), o Brasil registrou mais de 470 mil afastamentos por transtornos mentais em 2023. E vale lembrar: ignorar os fatores psicossociais deixará de ser uma falha silenciosa, passando a ser um passivo legal e um prejuízo evidente para a cultura da empresa.
O primeiro passo para que o RH consiga prevenir os riscos é identificar cada um deles dentro da organização. Listamos algumas estratégias que auxiliam na identificação desses fatores:
Com essas ferramentas, o RH pode identificar os padrões que determinam os problemas existentes no ambiente de trabalho antes que os riscos se tornem crises.
Depois de identificar os sinais e padrões, o próximo passo é estruturar o mapeamento formal dos riscos psicossociais e definir estratégias de prevenção. Isso exige intencionalidade: é preciso registrar, analisar e agir com base em dados.
Para isso, a equipe pode implementar algumas ações:
Assim que os riscos psicossociais são identificados, é fundamental trabalhar formas de reduzir os impactos no ambiente de trabalho. Para isso, o RH deve agir de forma estratégica, adotando medidas que façam a diferença e contribuam para uma organização mais saudável e equilibrada.
Veja abaixo algumas ações que a equipe de RH pode promover em busca de minimizar os riscos psicossociais no trabalho:
Prevenir riscos psicossociais exige ir além do discurso: é oferecer soluções que atuem diretamente nas causas. É exatamente aqui que a SalaryFits se posiciona como parceira do RH.
A plataforma reúne benefícios que atuam na base para atuar na raiz de muitos fatores psicossociais. Com autonomia para escolher como utilizar seus benefícios, os colaboradores têm acesso a recursos como:
Tudo isso com custo zero para o RH e impacto direto na qualidade de vida da equipe.
Saber que os riscos psicossociais no trabalho são parte integrante da gestão organizacional não é mais uma escolha — é uma urgência. Promover ambientes de trabalho saudáveis, com escuta ativa, apoio emocional e políticas consistentes, é o caminho para prevenir crises, fortalecer a cultura da empresa e garantir resultados sustentáveis. Ao reconhecer e agir sobre esses fatores com responsabilidade e estratégia, o RH deixa de ser apenas um agente de suporte e se consolida como peça-chave na construção de uma organização mais humana, segura e resiliente.
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Como os riscos psicossociais afetam o desempenho coletivo da equipe?
Além do impacto individual, esses riscos reduzem a colaboração, aumentam conflitos e geram ambientes de baixa confiança e engajamento.
Quais áreas da empresa devem estar envolvidas na gestão dos riscos psicossociais?
RH, lideranças diretas, CIPA e equipe de SST devem atuar de forma integrada para mapear, prevenir e agir sobre esses riscos com consistência.
Riscos psicossociais podem ser mensurados?
Sim. Existem metodologias validadas como o COPSOQ, além de indicadores internos como absenteísmo, rotatividade, uso do plano de saúde e resultados de clima.
Qual a diferença entre fatores psicossociais e saúde mental?
Fatores psicossociais são os elementos do trabalho que influenciam a saúde mental. Eles são a causa. A saúde mental é o efeito — positivo ou negativo — dessa interação.
A empresa pode ser responsabilizada legalmente por riscos psicossociais?
Sim. A partir da atualização da NR-1, empresas que não avaliarem e prevenirem esses riscos estarão sujeitas à fiscalização e multas.
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