
Salário sob demanda: melhore a saúde financeira dos seus colaboradores
Implementar o salário sob demanda pode reduzir o estresse financeiro e aumentar a produtividade, sabia? Aprenda como aplicá-lo!
Bem-estar financeiro
11 minutos de leitura
Por Julia Silva
Última atualização em 14 de março de 2025
Quando você lê a palavra saúde, o que você pensa? Provavelmente, vem à sua mente a saúde física ou mental, não é mesmo? Contudo, o conceito se aplica a várias áreas, e uma delas é a saúde financeira.
Aliás, dá até para dizer que a saúde financeira é justamente uma das principais, pois ela influencia diretamente todas as outras áreas. Por exemplo, será que é possível ter boa saúde mental sem ter dinheiro suficiente na conta? E quando os boletos começam a se acumular e as dívidas viram uma bola de neve? Bem, é muito difícil.
Por isso, as empresas e os departamentos de RH precisam trabalhar com mais atenção para o conceito de saúde financeira e suas implicações na vida pessoal e profissional dos colaboradores. Leia mais!
A saúde financeira compreende o bem-estar das pessoas com suas finanças. Isso vai além do ganhar dinheiro em si: diz mais sobre como o dinheiro pode ser usado para arcar com as contas e bancar o estilo de vida desejado, sem gerar dívidas.
Dessa forma, a saúde financeira é um pilar importante da qualidade de vida, pois determina muitos aspectos do bem-estar.
Pesquisadores da University College London (UCL) conseguiram comprovar isso mostrando que pessoas com dificuldades financeiras tendem a ter mais problemas de saúde.
Além dos impactos diretos na saúde física e mental, as dificuldades financeiras afetam significativamente a produtividade e a vida pessoal.
O estresse financeiro tende a se estender para outras áreas, interferindo na capacidade de concentração, tomada de decisões e relações interpessoais, tanto no ambiente de trabalho quanto fora dele.
Esse quadro cria um ciclo negativo: o estresse causado pelas dificuldades financeiras pode desencadear problemas de saúde, como ansiedade e insônia, que, por sua vez, reduzem a capacidade de trabalho e geram mais dificuldades para se estabilizar financeiramente.
Sem os recursos para cuidar da saúde ou buscar apoio adequado, a situação se agrava, realimentando o ciclo. Por isso, investir em contribuir para a saúde financeira dos colaboradores é crucial para promover o bem-estar individual, mas, sobretudo, um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
A saúde financeira também tem impacto direto na qualidade de vida das pessoas e em seus relacionamentos. Inclusive, na esfera familiar.
Esta reportagem da CNN destaca como os transtornos financeiros estão entre as principais causas da separação conjugal. Valéria Meirelles, especialista em Psicologia do Dinheiro da Serasa, destaca como essas duas coisas estão interligadas.
Em complemento, dados da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) também apontam para esse cenário: 56,1% das pessoas dizem que a saúde financeira impacta a vida familiar.
Podemos relacionar os problemas de finanças com o trabalho em três pontos principais: queda de produtividade, aumento do absenteísmo (faltas) e estresse.
A queda de rendimento é um problema real para quem tem dificuldades de arcar com as contas e vê a pressão aumentando a cada dia.
Uma pesquisa da Sodexo Benefícios e Incentivos reforça isso: 71% das pessoas respondentes dizem que o estresse financeiro atrapalha o trabalho. Os motivos? Os seguintes:
Ou seja, as pessoas se sentem frustradas com as dívidas e isso prejudica o dia a dia no trabalho.
Outro ponto são as faltas, que se tornam reflexo da falta de motivação em trabalhar e receber o mesmo salário que não dá conta de tudo.
E o estresse é simplesmente decorrente de tudo isso.
O próprio comportamento das pessoas muda muito a depender do seu contexto financeiro.
A autoestima e a motivação são dois fatores cruciais nesse sentido. Quem nunca se sentiu mais desmotivado porque estava sem dinheiro?
Além disso, percebe-se também a falta de foco, piora na qualidade das decisões tomadas e ansiedade.
E essa questão também é provada em dados: o SPC Brasil apurou que 63,5% dos endividados sofrem ansiedade.
Dentre os diversos sentimentos citados, a campeã foi a ansiedade, seguida por estresse e irritação (58,3%), tristeza e desânimo (56,2%), angústia (55,3%) e vergonha (54,2%).
Além disso, 75% dizem que a inadimplência afeta o padrão de vida deles.
Até agora falamos muito dos problemas que uma saúde financeira desregulada pode trazer. Mas vamos mudar o ângulo? Chegou a hora de falar sobre quando as finanças estão em dia e os benefícios que podem ser colhidos quando isso acontece!
Quando a saúde financeira dos colaboradores está em dia, os impactos positivos vão além do bem-estar individual e se refletem diretamente nos resultados da empresa.
Para você, profissional ou gestor de RH, entender esses benefícios é essencial para construir uma estratégia de remuneração e benefícios mais interessante.
Em primeiro lugar, colaboradores com finanças equilibradas e melhor controle financeiro tendem a ter uma maior capacidade de resiliência em situações adversas. Isso se traduz em uma força de trabalho mais estável e menos propensa a absenteísmo, garantindo continuidade nas operações e menor impacto em produtividade.
Outro ponto relevante é o aumento da motivação, retenção e do engajamento. Quando os colaboradores percebem que suas necessidades financeiras estão sendo atendidas, há um aumento no sentimento de valorização e gratidão, o que reduz a probabilidade de que eles queiram buscar novas oportunidades de emprego.
As empresas têm um papel estratégico e crucial na promoção da saúde financeira de seus colaboradores, e ele vai além do pagamento de salários e da oferta de benefícios financeiros mais tradicionais.
As organizações mais pioneiras e visionárias têm reconhecido que programas de educação financeira bem estruturados e personalizados são essenciais para reverter os efeitos negativos da falta de saúde financeira e fortalecer o vínculo entre colaboradores e empresa.
O impacto será visível: colaboradores mais felizes, engajados e com maior bem-estar financeiro tendem a ser mais produtivos e satisfeitos.
E ainda faltam menos: empregados que têm preocupações financeiras faltam, em média, 3,5 dias de trabalho por ano, quase o dobro em comparação com aqueles que têm bem-estar financeiro.
Vale adicionar que um estudo realizado pelo Wellhub (antigo Gympass) mostra que os empregadores geralmente veem um retorno de US$2 para cada US$1 investido em programas de bem-estar.
Então, diante de tantas vantagens para todas as pessoas envolvidas, como colocar isso em prática? É o que mostraremos a seguir.
Para implementar programas de saúde financeira, as empresas precisam adotar abordagens que realmente façam a diferença para os colaboradores e gerem resultados mensuráveis. Veja algumas estratégias práticas!
Oferecer workshops voltados para saúde financeira e consultoria financeira personalizada ajuda os colaboradores a planejar a aposentadoria, investimentos e gerenciar dívidas de forma mais eficaz.
Estabeleça parcerias com fintechs e bancos para oferecer acesso a crédito consignado, consórcio e outras alternativas com taxas de juros mais baixas.
Essas parcerias ajudam a criar uma rede de segurança para os colaboradores, evitando que eles recorram a opções menos vantajosas, como cheque especial.
Adote ferramentas de People Analytics para monitorar o bem-estar financeiro e ajustar os programas conforme necessário. Plataformas como a Illumin8HR ajudam a identificar padrões de estresse financeiro e permitem intervenções proativas, garantindo suporte contínuo aos colaboradores.
Incorpore a saúde financeira à rotina da empresa, integrando aconselhamentos regulares, adoção de recursos educativos mais acessíveis e incentivos à poupança e investimento.
As corporações que se destacam nesse aspecto não tratam programas financeiros como iniciativas pontuais, mas sim como parte de uma cultura organizacional contínua de suporte.
Promover a saúde financeira no ambiente de trabalho é uma estratégia fundamental para melhorar o bem-estar e a produtividade dos colaboradores. Empresas que apoiam seus funcionários nessa área obtêm benefícios em termos de engajamento, retenção e ROI das iniciativas voltadas para a saúde financeira.
Para saber mais sobre como implementar programas de saúde financeira, veja nossas dicas de controle financeiro para os colaboradores e saiba como colocar isso em prática.
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